Nova Franquia à Vista
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Conversa #41
Split (M. Night Shyamalan, Estados Unidos, 2016) - cin. Mike Gioulakis
Kevin Wendell (James McAvoy) porta no mesmo corpo 23 diferentes personalidades. Ele trata-se com a Dra. Karen Fletcher (Betty Buckley), uma psicóloga que crê na possibilidade de que as personalidades menos destrutivas --- como a de um estilista de moda, a de um garoto carente, a de uma jovem mulher --- prevaleçam. Mas quem prevalece é Dennis, um manipulador extremo, fascinado pela figura demoníaca da besta. Dennis assassina um homem, sequestra três adolescentes e frequenta as sessões da terapeuta tentando passar-se por outras das personalidades.
O elenco de apoio --- ressalvados McAvoy e Buckley --- não ajuda muito, no entanto. A moradia de Kevin, nitidamente um estúdio, também não é dos elementos mais agregadores. No entanto, apesar destas e de outras reservas, Split apresenta-se como um dos filmes de horror (ou thriller psicológico, se quiserem) mais encorpados dos últimos tempos.
O fato de explorar distúrbios que estigmatizam uma parcela não pequena da humanidade, estereotipando-os, tem cercado o filme de alguma polêmica e não poucos abaixo-assinados. A polêmica merece ser aprofundada e discutida. Mas não retira os méritos deste filme horripilante. Um de seus trunfos vai pela identificação da Besta com a figura do Demônio cristão. Mas igualmente pela crença de Dennis na própria imortalidade ser o fator determinante para que ele de fato se torne imortal.
Dennis mora numa misteriosa dependência subterrânea encastada no zoológico de Nova York. Há algo de O Silêncio dos Inocentes (Silence of the Lambs, Jonathan Demme,1991). Inclusive o componente canibal. Mas O Silêncio, ao contrário deste, é uma grande produção com estrelas e um elenco de apoio considerável.
Do contrário, Split é filme-B com potencialidade de franquia futura, que inclusive já indica quem poderá estrelar o próximo desdobramento: Bruce Willis. É que do nada, ao final, esse canastrão aparece numa lanchonete em que as pessoas assistem as notícias na TV, e comentam sobre o caso das três garotas "desaparecidas" e do homem-legião.
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